sábado, 3 de outubro de 2015

“Uma Aventura Debaixo da Terra”


Uma Aventura Debaixo da Terra, Orfeu Negro, Mac Barnett, Jon Klassen
CRÍTICA0

“Uma Aventura Debaixo da Terra” | Mac Barnett e Jon Klassen

Para quem tem seguido de perto as edições da Orfeu Negro, um dos grandes motivos para se fazer a festa tem sido, sem qualquer dúvida, a edição de alguns livros do ilustrador e designer Jon Klassen, entre os quais se encontram “Quero o Meu Chapéu”, “Este Chapéu Não é Meu” e “O Escuro“.
Uma Aventura Debaixo da Terra, Orfeu Negro, Mac Barnett, Jon Klassen
Nos dois primeiros títulos, escritos e ilustrados por Klassen, dominava um sentido de humor com forte propensão para o negro, onde a história decorria de forma sequencial, sempre em busca de um chapéu, até ao clique final que fazia regressar a personagem principal ao ponto de partida para recuperar o seu bem mais precioso. Já em “O Escuro”, escrito por Lemony Snicket e com ilustrações de Klassen, acompanhávamos uma criança e o seu combate contra um dos medos humanos mais primitivos.
Em ambos os casos, mesmo que situados nos antípodas das emoções humanas – e também nas cores, técnicas e perspectivas da ilustração -, mantinha-se uma grande expressividade dada às personagens – sobretudo nos olhares -, o uso de texturas e outros detalhes que transformavam os desenhos de Klassen numa imagem de marca, facilmente reconhecível em qualquer livro que tivesse a sua assinatura. Como é notório no recente “Uma Aventura Debaixo da Terra” (Orfeu Negro, 2015), uma aventura passada debaixo do solo com texto de Mac Barnett.
Uma Aventura Debaixo da Terra, Orfeu Negro, Mac Barnett, Jon KlassenManuel e João decidem, numa segunda-feira como todas as outras, cavar um buraco, concordando em parar apenas quando encontrassem uma coisa espectacular. Escavaram para baixo, para a esquerda, para a direita e, a certa altura, o buraco já era maior do que eles. Até que uma coisa espectacular aconteceu, algo que não estava nem nos seus melhores planos.
Com o singular humor visual de Jon Klassen, Mac Barnett leva-nos numa divertida e ziguezagueante aventura debaixo da terra, mostrando-nos que andar em círculos ou a mudar constantemente de direcção pode não ser a melhor estratégia para alcançar aquilo que desejamos. Haja antes persistência (o cão que o diga). Um deleite visual desenhado em tons de sépia.


via DeusmeLivro
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