Eduardo foi editor e agora vagueia pelos destroços deste mundo desfeito. Procura alimentos, medita sobre todas as coisas que se perderam, na vida que viveu, no carinho dos amigos ausentes. E porque quem procura acaba sempre por encontrar, descobre pistas do passado das pessoas que conheceu, das suas vidas ocultas, das coisas que nunca imaginou porque se calhar nunca olhou para os outros sem ser na correria dos percursos que se cruzam, muitas vezes por acaso. Porque sabemos que nas nossas vidas pouco tempo temos para nós e para os outros, vivemos a pensar no que temos para fazer e no pouco tempo que temos para fazer tudo o que queremos ou nos é imposto. Será preciso uma tragédia para termos tempo para pensar? Para meditar sobre o que perdemos? Será uma lição? Aprender a ter tempo? Aprender a viver verdadeiramente? Concluir que habitamos um planeta super-povoado mas não conhecemos verdadeiramente ninguém?
Nesta fase de desolação Eduardo descobre “O Livro”! Aquele que nunca editou mas que é o melhor de sempre, o que deveria ter chegado a toda a gente.