Hermann
Hesse (1877-1962, prémio Nobel da Literatura em 1946) escreveu
"Siddhartha" em 1922 e desde essa data o livro tornou-se uma espécie
de compêndio de vida e manual de aprendizagem espiritual para muitos ocidentais
que nele encontraram eco e caminho.
"Siddhartha"
insere-se numa linha de pensamento em que o misticismo e o pacifismo andam de
mãos dadas e cujo centro se localiza nos preceitos e na espiritualidade (ou
ausência dela, como se queira) budistas.

Ao longo dos anos,
o livro tornou-se, ele próprio, uma religião, sobretudo para os jovens, que
nele viam, expresso de forma acessível, simples e condensada, o exemplo de uma
conduta que, sendo moral, é ao mesmo tempo transgressora (Siddharta recusa os
ensinamentos dos sábios, do próprio Gotama, o Buda, dando ouvidos unicamente à
sua própria voz interior).
"Siddhartha"
é o caminho de Buda, o caminho para chegar a Buda e o caminho que parte de
Buda. Pode ser lido também como uma história, na exacta medida em que todas as
vidas contam uma história. É, em última análise, um livro sobre como abandonar
todas as paixões para descobrir o amor.
Representa o culminar de
uma fase criativa que, no capítulo dos romances e contos, engloba, entre
outras, as obras "Demian", "O Último Verão de Klinsor",
"Klein e Wagner", "A Cura", "O Lobo das Estepes",
"Narciso e Goldmundo" e "Peregrinação ao Oriente".
fonte: Público- coleção Mil Folhas
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