2. “Uma pessoa só se perde se não souber para onde quer ir.”
3. “Não há que ter vergonha por chorar. Às vezes até é bom. Faz falta quando sentimos saudades de alguém, ou ouvimos uma música especial, ou estamos simplesmente tristes. Toda a gente chora ou já chorou. Mesmo os mais fortes, os mais valentes.”
4. “Há tantas coisas que nós fazemos porque sim ou porque não. Bem… Lá no fundo temos sempre uma razão, mesmo quando não sabemos qual é.”
5. “É bom que as paredes dos castelos sejam, por vezes, bem reais e sólidas, metade de pedra, metade de sonho.”
José Fanha. A porta. Alfragide: Gailivro, 2009
Um menino e os pais chegam, de malas feitas, a uma casa nova.
Mas a casa nova não têm paredes, nem tecto, nem nada.
Apenas uma porta.
- Uma porta é um bom começo! – disse logo o pai que era um sonhador. Mas a mãe ficou muito aflita. – E onde está a cozinha, a sala, o quarto?
Tudo estava por inventar naquela casa que ainda só tinha uma porta.
No entanto, essa não era uma porta vulgar. Abria para um mundo mágico onde viviam e vivem os novos vizinhos: o Grnade Espinafre, a Bruxonauta, a Princesa Princesinha e o Xico Parafuso. Gente muito invulgar mas cheia de vontade de ajudar embora nem sempre essas ajudas resultem da melhor maneira. Basta lembrar os bruxedos falhados da Bruxonauta, das tentativas do Xico Parafuso de pregar as pessoas ao chão e os ponteiros ao relógio, ou do esparguete que não pára de crescer na horta do Grande Espinafre.
É assim que, de um lado e do outro da porta, se confrontam como dois espelhos a realidade que se mostra pouco real e a magia que alarga e ameniza o mundo. Entre os dois a casa vai crescendo como um espaço caloroso onde cabe a amizade, o amor e o sonho, ou seja, a grande aventura da vida.