O relato de uma época, onde a paisagem física e social é pintada com as palavras que mergulham na memória, impregnada de nostalgia. A fotografia de uma realidade social, enquadrada no cenário de guerra colonial na belíssima costa moçambicana.
O Prólogo, onde a Autora dá voz a Eva Lopo, começa por descrever a faustosa cerimónia da festa de casamento de Evita e Luís Alex, da qual sobressai a exuberância patente na profusão dos frutos exóticos e mariscos; destaque também par a outra cena, o reverso da medalha, ou o outro lado do paraíso, onde a matança dos flamingos, que constitui uma metáfora a representar a embriaguez que leva ao desejo compulsivo de matar de onde se depreende parecer fácil cruzar o limite de “matar para não morrer” e exercitar, a partir dali, o prazer de apertar o gatilho para “fazer o gosto ao dedo”. Lídia Jorge consegue mostra de uma forma crua e simultaneamente bela que a facilidade com que se dizima um bando de flamingos da cor da alvorada é a mesma com que se procede à chacina de um grupo de rebeldes locais. Trata-se de uma metáfora de coragem e integridade que nem sempre se consegue reconhecer de imediato: o bando de flamingos não se desfaz facilmente, mantendo a formação em direcção ao objectivo, apesar daqueles que ficam para trás e se afundam no pântano, caídos perante as balas do inimigo…
O Prólogo, onde a Autora dá voz a Eva Lopo, começa por descrever a faustosa cerimónia da festa de casamento de Evita e Luís Alex, da qual sobressai a exuberância patente na profusão dos frutos exóticos e mariscos; destaque também par a outra cena, o reverso da medalha, ou o outro lado do paraíso, onde a matança dos flamingos, que constitui uma metáfora a representar a embriaguez que leva ao desejo compulsivo de matar de onde se depreende parecer fácil cruzar o limite de “matar para não morrer” e exercitar, a partir dali, o prazer de apertar o gatilho para “fazer o gosto ao dedo”. Lídia Jorge consegue mostra de uma forma crua e simultaneamente bela que a facilidade com que se dizima um bando de flamingos da cor da alvorada é a mesma com que se procede à chacina de um grupo de rebeldes locais. Trata-se de uma metáfora de coragem e integridade que nem sempre se consegue reconhecer de imediato: o bando de flamingos não se desfaz facilmente, mantendo a formação em direcção ao objectivo, apesar daqueles que ficam para trás e se afundam no pântano, caídos perante as balas do inimigo…