sexta-feira, 24 de junho de 2011

Um livro empolgante!

O Ciclo de Terramar é uma tetralogia  brilhante, como certamente vais ter oportunidade de apreciar através da leitura dos dois primeiros volumes:  O Feiticeiro e a Sombra  e os Túmulos de Atuan.
A Praia mais longínqua  é o terceiro volume desta série e promete ser tão fantástico como os anteriores. Desta vez, Gued, o poderoso arquimago, terá como missão descobrir por que razão e magia foi secando como um rio no mundo Terramar. As encantações deixaram de ter poder e as palavras de feitiçaria forma esquecidas. A fim de restaurar os poderes mágicos perdidos, Geud embarca com Arren, príncipe de Enland, para bem longe, isto é, para o terrível reino dos mortos, onde encontram pessoas muito estranhas e também alguns dragões. No fim desta empreendedora viagem, conseguirá Gued alcançar o seu objetivo ou a  feitiçaria acabará mesmo por desaparecer? Não percas esta empolgante obra!


A praia mais longínqua de Ursula K. Le Guin

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Continuamos a divulgar

«O Ciclo de Terramar», tantas vezes comparada a clássicos como «O Senhor dos Anéis» de J.R.R. Tolkien, traz à fantasia e à ficção científica uma nova sensibilidade e um número de admiráveis, impressionantes e simpáticas personagens. É uma tetralogia magnífica; uma saga admirável que despoleta com «O Feiticeiro e a Sombra» – livro premiado com o 'Boston Globe Horn Book Award of Excellence' de 1969 – e continua com a publicação de «Os Túmulos de Atuan». O universo destas narrativas envolve-nos, desde o princípio, numa atmosfera mágica e deveras inquietante. Este segundo volume é uma obra onde impera o suspense, os encontros místicos, os horrores inomináveis, mas também o sentido de humor. É neste cenário que os destinos dos heróis, Tenar e Gued, irão entrecuzar-se. Tenar, a grande sacerdotisa, é uma criança que foi despojada da própria identidade e afastada da família para se dedicar às entidades do além: Aqueles-Que-Não-Têm-Nome, as forças misteriosas dos túmulos de Atuan. Gued, o jovem feiticeiro, é o bravo herói que arrisca a vida no labirinto proibido em busca do grande tesouro, o famoso Anel de Erreth-Akbe. Ao mesmo tempo, é também sua missão libertar Tenar daquele local tenebroso. Esta tetralogia é considerada uma das maiores criações da literatura fantástica, quer pela beleza formal quer pela sensibilidade e sabedoria emanadas pelas personagens. «O Ciclo de Terramar» é, sem dúvida, uma das obras mais marcantes do percurso literário de Ursula K. Le Guin.
Os Túmulos de Atuan de Ursula K. Le Guin

Agora que chegaram as férias os livros são ainda mais deliciosos!

Numa terra longínqua chamada Terramar vive o maior de todos os arquimagos. O seu nome é Gued, mas há muito tempo atrás, ele era um jovem chamado Gavião, um ser estranho, irrequieto e sedento de poder e sabedoria, que se tornou aprendiz de feiticeiro. Neste livro conta-se a história da sua iniciação no mundo da magia e dos desafios que teve que superar depois de ter profanado antigos segredos e libertado uma negra e pérfida sombra sobre o mundo. Aprendeu a usar as palavras que libertavam poder mágico, domou um dragão de tempos imemoriais e teve que atravessar perigos de morte para manter o equilíbrio de Terramar. No meio de um suspense quase insustentável, de encontros místicos, de amizades inquebrantáveis, de sábios poderosos e de forças tenebrosas do reino das trevas e da morte, Gued não pode vacilar, qualquer fraqueza sua fará perigar o equilíbrio que sustenta o mundo… e a sombra maléfica que ele libertou, gélida e silenciosa, só está à espera desse momento para devastar, com as suas asas negras, o mundo inteiro.
O Ciclo de Terramar é uma admirável tetralogia, por muitos comparada a clássicos como «Narnia» de C.S. Lewis ou «O Senhor dos Anéis» de J.R.R. Tolkien. Esta magnífica saga, que se tornou numa obra de referência no vastíssimo percurso literário desta escritora norte-americana, tem início com «O Feiticeiro e a Sombra». O universo de Terramar, simultaneamente tão semelhante e diferente do nosso, é, sem dúvida, uma das maiores criações da literatura fantástica, e o poder misterioso e mágico que emana da narrativa, a sensibilidade que ilumina os momentos de profunda sabedoria, a intensidade das personagens, o estilo elegante e cristalino conquistam-nos de imediato e rapidamente nos arrebata para os meandros dos seus reinos imaginários.
O Feiticeiro e a Sombra de Ursula K. Le Guin

 

quarta-feira, 22 de junho de 2011

O Milagre

Os professores da equipa pedagógica da biblioteca, adaptaram a Lenda do Milagre de Ourique e apresentaram-na aos alunos do 6º e 7ºanos no Dia Mundial da Criança. O ojetivo é fomentar o gosto pela identidade nacional, desenvolver nos jovens valores de cidadania, divulgar o património cultural, contribuir para o conhecimento do processo de formação do nosso país e valorizar a relação pedagógica entre professores e alunos em contexto extra-curricular. Portugal é um país fabuloso cheio de empreendedores como D. Afonso Henriques.
A reportagem fotográfica é da responsabilidade dos alunos do curso profissional técnico de multimédia, Daniel Reis e Pedro Reis do 11ºJ e as outras cenas foram fotografadas pela  assistente operacional Ivone Jacinto.
Aos alunos que colaboraram na representação  
um obrigado!

terça-feira, 21 de junho de 2011

PERDIDO E ACHADO Oliver Jeffers

O Livro Negro das Cores




Já apresentamos este livro numa publicação anterior. Mas a sua beleza leva-nos a recordá-lo. Permite que o tacto leia e a imaginação construa a história.
 

O CORAÇÃO E A GARRAFA Oliver Jeffers

O Ponto ( Peter H. Reynolds)

segunda-feira, 20 de junho de 2011

A Maior Flor do Mundo | José Saramago




Neste ano em que Saramago descansa sob a oliveira da sua infância e que muitos lembraram com saudade, um homem que através dos livros, da escrita e pensamento, voltou a por Portugal no mapa revisitar este livro faz bem…

Livro, José Luís Peixoto

Cuidado com a língua!. Um programa a não perder!



Não podíamos deixar de aconselhar este programa que é emitido pela RTP 1 à segunda feira. De uma forma interessante são tratadas pequenas"grandes questões" à volta da língua portuguesa. É fácil encontrar outros episódios no youtube.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

A Agressividade na Escola


Autora: Jenny Alexander
Editora: Editorial Presença
Colecção: Orientações
205 páginas

Obra interessante para pais mas também para os docentes poderem compreender este fenómeno e articularem formas de actuação com os pais.
“Fenómeno que se tem vindo a revestir de cada vez mais importância no contexto social, o bullying é um problema relacional que afecta actualmente um número desconcertante de jovens em idade escolar e que pode ter efeitos devastadores a longo prazo. Jenny Alexander criou assim um livro de auto-ajuda para pais cujos filhos estão a ser alvo de intimidação pelos colegas, onde encontrará a informação de que necessita sobre a ajuda disponível e sobre como desenvolver boas técnicas de defesa psicológica, de modo a poder reclamar para si e para a sua família uma vida desprovida de medo.”

(Editorial Presença)

O bullying é um problema que existe nas escolas há já algum tempo, e que com o passar dos anos tem tomado proporções cada vez mais preocupantes sendo desconcertante o número de jovens em idade escolar que sofre deste problema. Como progenitora, Jenny Alexander viu-se confrontada com este fenómeno e, tendo em conta todas as dificuldades por que passou, decidiu criar um livro de auto-ajuda para pais cujos filhos fossem alvo de intimidação pelos colegas, divulgando estratégias simples e úteis para que estes possam tomar um papel activo na busca de soluções.

Será que o seu filho está a ser alvo de Bullying?
Alguns sinais físicos são:
  • cortes e nódoas negras, dinheiro perdido, roupas ou materiais estragados
  • pequenas queixas físicas, como dores de cabeça e de estômago
  • desordens alimentares
  •  insónias e pesadelos
  • chichi na cama
Alguns sinais sociais são:
  • falta de entusiasmo para convidar amigos para casa ou para sair com os amigos
  • perda de interesse em hobbies e atividades de tempos livres
  • relutância em ir à escola
Alguns sinais psicológicos são:
  • níveis elevados de ansiedade e mudanças de humor
  • explosões de fúria
  • comportamento  destrutivo ou autodestrutivo
  • momentos de apatia e depressão
  • hipersensibilidade às críticas
pág. 26,27

Neste livro encontramos de forma acessível formas criativas e eficazes de lidar com o problema

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, Luís de Camões - Rui Reininho

terça-feira, 14 de junho de 2011

Kafka, origami e letras

Depois da discussão sobre algumas obras a trabalhar, a equipa pedagógica da biblioteca, acabou por escolher a obra Metamorfose para desenvolver atividades de escrita e leitura com o alunos da turma C, do 7ºano
As potencialidades de abordagem determinaram várias sessões, umas na biblioteca e outras em contexto de sala de aula.
Iniciamos as sessões dando a conhecer o autor e explorando o conceito de metamorfose. Partindo de um texto com espaços em branco os alunos tinham várias palavras que iam escolhendo para preencher esses espaços de forma a obter a biografia completa. A cada dado que era completado íamos conversando sobre a época em que viveu, sobre o país em que nasceu, sobre o curso e sobre as suas obras.
Depois através de um vídeo realizado exploramos o conceito de metamorfose e foi proposto aos alunos que em grupo escrevessem um texto utilizando o processo de metamorfose.
Numa segunda sessão, em sala de aula os alunos foram já convidados a conhecer a obra. Assim, a partir de vários excertos incompletos da obra, foi proposto que completassem a sequência de modo a que no final esta tivesse uma sequência lógica. Terminada esta tarefa passou-se à leitura dos textos produzidos sem identificar os autores, o que contribuiu para que a curiosidade fosse aguçada.
Voltamos à Metamorfose distribuindo papel de lustro aos alunos. Foram transformando a folha de papel em várias figuras recorrendo à técnica do origami e a professora de matemática foi explorando conceitos em relação às figuras que iam sendo construídas.
A última sessão decorreu na biblioteca onde os alunos ouviram a Metamorfose. No final  foi explorado o texto acentuando-se a importância do respeito pela diferença.
Em 27 de janeiro de 1904 Frank Kafka escreve a seguinte carta a um amigo Oskar Pollak, crítico de arte, que conheceu no instituto Alemão  onde se tinha matriculado e com o qual estabeleceu laços de boa amizade.
“Se o livro que lemos não nos acorda com um murro no crânio, para quê lê-lo? Para que nos faça felizes, como escreves? Por Deus! Sê-lo-íamos da mesma maneira se não tivéssemos livro nenhum, e, se fosse necessário, poderíamos escrever os livros que precisamos para ser felizes. Muito pelo contrário, necessitamos de livros que sobre nós exerçam  uma ação idêntica à de uma desgraça que muito nos tenha afligido, - um livro deve ser um machado que quebre o mar congelado em nós. É assim que eu penso”.
Kafka considera que o livro tem um papel muito mais importante do que simplesmente o de dar prazer. Deverá ser algo que nos desperta, que nos marca e que nos transforma. Traz a importância da Literatura para o centro da discussão como instrumento transformador do ser  humano.

O PORTUGAL FUTURO, Ruy Belo - Luís Cruz

sábado, 11 de junho de 2011

O Pato Lógico











O Pato Lógico faz livros. Em papel e não só. Uns têm folhas que se viram para desvendar a página seguinte, outros vivem dentro de ecrãs. São livros para os mais novos ou para os mais velhos, para os altos ou baixos. Para os que se portam mal e até para os que se portam bem.
O Pato Lógico quer que todos os leiam. E quantos mais, melhor.

A revista Ler  traz lá dentro palavras elogiosas ao Pato Lógico e aos seus novos livros. Quem as escreve é a Carla Maia de Almeida, na secção Leituras Miúdas.












fonte: bloguedopato.blogs.sapo.pt

Recursos Educativos disponibilizados pela RBE


Recursos educativos

Conjunto alargado de recursos educativos, em linha, para apoio às actividades a realizar pela biblioteca, pelos professores e alunos, na escola ou no domicílio.

 Consulte a página e encontrará muitos recursos que poderão contribuir para o desenvolvimento de atividades de promoção da leitura e de apoio ao desenvolvimento curricular, como por exemplo:

  •  FONTE: RBE

Revista Noesis online

Espaço Noesis 

O Espaço Noesis encontra a sua vocação na necessidade do Ministério da Educação, através da Direcção Geral de Inovação e de Desenvolvimento Curricular (DGIDC), informar a comunidade educativa e o público em geral, de uma importante vertente das suas actividades promovendo, ao mesmo tempo, a divulgação de experiências educativas inovadoras e com potencial de disseminação no sistema educativo.

A DGIDC, no Espaço NOESIS, disponibiliza informação qualificada na área da educação e currículo, em particular nas áreas da educação pré-escolar, ensinos básico e secundário, bem como na educação especial e na concessão de equivalências.
Dossier: Bibliotecas escolares

O SENTIMENTO DE UM OCIDENTAL , Cesário Verde - João Villas Boas

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Brincadeiras com a matemática

“Numa bela madrugada, a lua ainda estava a despedir-se da noite e o sol a querer nascer para dar origem ao dia, Raul deixava-se levar pelo encanto de uma figurinha esguia e escura que dançava estampada na penumbra, lá no horizonte longínquo, como num teatro de sombras.
Animado pela sedução daquela figura estranha, rodopia magistralmente a varinha de condão. O céu enche-se de luzes faiscantes. Saltam letras coloridas, uma a uma. Fixam-se no céu.
Todas juntas, ordenadas, constituem a palavra secreta. Já depois do Sol posto, os seres do bosque, ao redor do manto verde de musgos iluminado pela estrela da tarde e, com uma ideia de um  e uma de outro, construíram todos juntos, a lengalenga que conta o que nos aconteceu.”
Labirinto de Luana, Donhinha dançarina, p.21
Editado pela "Campo das Letras", colecção O Sol e a Lua, e da autoria de Eugénia Soares Lopes, eis um curioso livro dedicado aos mais novos, que não só nos conta de modo poético a história de uma pequenina feiticeira, chamada Luana, como também incita os jovens leitores a prestarem atenção aos, digamos assim, trocadilhos gramaticais semelhantes aos que se encontram relacionados com os números.
A menina Luana deve o seu nome à junção de Lua + Ana o nome da sua madrinha; já o feliz pai do bébé se chama Raul que não é mais do que a palavra luar, lida em sentido inverso.
Luana habita num bosque, numa casinha de turfa e para aí se chegar é necessário entrar por um labirinto, e observar a regra da mão direita para encontrar a saída.
A autora que nos conta no início do livro o seu próprio encantamento, quando criança, pela leitura e a iniciação do que ela própria chamou "brincadeiras com matemática", leva os leitores a descobrirem com exercícios lúdicos auxiliados por uma régua com espelho, formas geométricas de simetria e ensina a técnica de construírem os seus próprios labirintos.
Pela sua criatividade, beleza plástica das gravuras, de Fedra Santos, considero esta obra interessante e útil para o desenvolvimento psíquico dos pequenos leitores a que se destina. -
http://www.leitura.gulbenkian.pt/index.php?area=rol&task=view&id=29968

 Nota para pais e professores: A colecção "Caixinhas de Matemática" foi inspirada por recordações de encantamento que guardo na memória.
Na minha infância, parentes e amigos ofereceram-me livros de presente. Muitos deles me seduziram, desde as ilustrações e estórias até às dedicatórias escritas por aqueles que, em dias de aniversário ou de festa, ou, até, sem qualquer justificação especial, mos passavam para as mãos. Sempre que recebia um livro, invadia-me a alegria. Desapertava o laçarote festivo, retirava o papel de embrulho colorido e, ah!, tornava-me, desde logo, viajante de sonhos. Esquecida de tudo, entrava nas horas perdidas da magia – folheava, lia, relia… Voltava a ele, quantas vezes! Debruçava-me, cada vez mais profundamente, numa ideia ou num pormenor de uma imagem ilustrativa e, daí, partia para outros lugares, livremente recriados… O livro era o brinquedo que me fazia "perder" no mundo das surpresas fantásticas.
Recordo também da infância o fascínio que me causavam os "enunciados extensos" de algumas das tarefas matemáticas. Enquanto os lia (ou, talvez, os soletrasse. Recordo que ainda brincava ao "Fui ao jardim da Celeste…" e ainda jogava às pedrinhas), era, de súbito, surpreendida por um pressentimento vago: "Vou por aqui". Esta ideia luminosa, de início disforme, ia-se tornando cada vez mais precisa, até que acabava por vislumbrar, com nitidez, o caminho a seguir. Eram momentos empolgantes de alegria. Faltava apenas seguir esse caminho até encontrar a solução do "problema". Foram os meus primeiros encontros com a intuição – com as surpresas da comunicação matemática.
Acabei por acreditar que todas as crianças gostam de surpresas. E que todas as crianças gostam de responder a desafios. Passei também a acreditar que é possível oferecer-lhes momentos de grande surpresa e desafio: unir o sentir e o pensar através da leitura de uma estória ou de ouvir contar um conto, colocando ao alcance das crianças modos de compreensão da beleza, da utilidade e do uso do pensamento matemático fortemente ligados ao imaginário – a contextos fantasistas – ou à narrativa de factos verdadeiros. (Eugénia Soares Lopes) - http://www.wook.pt/ficha/labirinto-de-luana/a/id/176178

A História de uma eleição democrática

O Bicho-de-sete-cabeças
POSFÁCIO
Os livros infantis servem sempre dois propósitos. Serem lidos pelos mais novos que já aprenderam a ler e serem lidos pelos mais velhos aos mais pequenos que ainda não juntam as letras, mas que assim ouvem contar a história. É assim que se criam hábitos de leitura e se faz  com que as pessoas se tornem leitores.
Deve começar-se de muito pequeno a ouvir e a ler a palavra escrita sob a forma de contos ou de histórias que atraem muito quem os escuta ou os lê, muitas vezes quando as crianças já estão na cama à beira de adormecer.
Esta história que leram ou ouviram é uma dessas  que nos encantam e que ainda nos ensina como é importante ser bom, justo, humilde, determinado, honrado, sabedor e imparcial.

Eduardo Marçal Grilo

terça-feira, 7 de junho de 2011

«O melhor é deliciar-se, sem pressa de aprofundar»

Uma borboleta numa espingarda está a fazer pouco dela. A sua pontaria é gozada pelo voo quebrantado que, caia onde cair, traz consigo o centro atingido. Onde pousa a borboleta, ali é o centro. O homem sacudiu-a com um movimento lento e um sopro para a mandar embora.
A mãe tinha sido abatida pelo caçador. Nas suas narinas de cria entranhou-se o cheiro a homem e a pólvora. Órfão juntamente com a irmã, sem um grupo por perto, aprendeu sozinho. Cresceu acima do normal para os machos da sua espécie. A irmã foi apanhada pela águia num dia de inverno e de nuvens. Pressentiu-a suspensa sobre eles, isolados num pasto a sul, onde resistia alguma erva amarelecida. A irmã pressentia a águia mesmo sem a sua sombra na terra, de céu fechado.

Para um dos dois, não havia salvação. A irmã lançou-se a correr na direcção da águia, e foi apanhada. Uma vez sozinho, cresceu sem freios nem companhia. Quando se sentiu pronto, foi ao encontro do primeiro grupo, desafiou o macho dominante e venceu. Tornou-se rei num dia e em duelo.
O Peso da Borboleta de Erri de Luca

Críticas de imprensa
«Um livro tão delicado quanto forte.»
Avvenire

«Um duelo poético como Moby Dick.»
La Repubblica

«O melhor é deliciar-se, sem pressa de aprofundar, a pequena epopeia deste conto, silencioso e estridente, como sabe ser uma paisagem de montanha intocada pelo homem.»
Corriere della Sera

«Um conto repleto de pura poesia, talvez já escutada, e imerso na natureza.»
Il Salvagente




segunda-feira, 6 de junho de 2011

A odisseia de dois irmãos para vencer a mala assombrada


O novo livro infantil de David Machado
Autor premiado e de talento reconhecido, David Machado oferece um novo conto infantil aos leitores de palmo e meio. A Mala Assombrada recupera o imaginário do sobrenatural, muito presente numa determinada fase de crescimento das crianças. Aqui, a assombração é um fantasma que persegue dois irmãos, um de nove anos com medo de tudo e um de cinco anos, que pelo contrário, não tem medo de nada.

Dragões e ladrões, tempestades, aranhas e leões: o meu irmão não tem medo de nada. E ele só tem cinco anos. (Eu tenho nove. E assusto-me com tudo.)
Levei a mala para a casa, mostrei-lha e disse-lhe:
«Há um fantasma dentro desta mala.»
«Há?», perguntou o meu irmão.
«Há», repeti eu. «O Fantasma do Casarão.»

Fonte: culturaonline.net

Na Actual de 28 de Maio de 2011, Sara Figueiredo Costa diz o seguinte sobre o livro:
David Machado regressa ao registo habitualmente definido como "infantil" com uma história onde se explora o medo e os modos de o enfrentar."A mala assombrada" acompanha a odisseia de dois irmãos com atitudes opostas perante uma mala desconhecida, encontrada sobre o muro de uma casa abandonada. Entre o medo  envergonhado do mais velho e a temeridade inexplicável do mais novo, David Machado constrói uma narrativa onde se reconhecem os gestos e atitudes não exclusivamente infantis, mas cuja aceitação tende a esfumar-se com o passar do tempo. O trabalho de João Lemos surge em estreito diálogo com texto, o que confere ao livro uma unidade salutar (e nem sempre presente em livros com o texto e a imagem), mas isso não evita a cedência a um conjunto de tópicos visuais que persistem em boa parte das edições destinadas ao público infantil. Há páginas que ultrapassam a mediania, sobretudo quando Lemos explora angulos menos óbvios e mais consentâneos com a visão necessariamente baixa de uma criança, quando joga com a presença ou ausência de luz ou quando abre os planos para pormenores tão meticulosos como os da fechadura da mala que dá título ao livro, mas o registo banaliza-se sempre que surgem as personagens, caracterizadas pelas linhas arredondadas, os contornos marcados e as cores estandartizadas que podemos encontrar em tantos desenhos animados ou jogos de computador.

David Machado é autor de vários títulos de literatura infantil publicados pela Presença:
A Noite dos Animais Inventados, distinguido com o Prémio Branquinho da Fonseca, da Fundação Calouste Gulbenkian e do jornal Expresso (2005),
Os Quatro Comandantes da Cama Voadora,
 Um Homem Verde Num Buraco Muito Fundo 
 O Tubarão na Banheira, a que foi atribuído o Prémio Autor SPA/RTP 2010 de Melhor Livro Infanto Juvenil.

João M. P. Lemos é ilustrador e autor de banda-desenhada. Colabora, como desenhador e argumentista, com a Marvel Comics, ilustrou três livros de Frederico Mira George, o álbum Sátiro dos Gaiteiros de Lisboa, artigos para as revistas Pública e Babylon Magazine e dá rosto à crónica mensal de Gonçalo Cadilhe, na revista Visão: Vida & Viagens.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Aconselhado para explorar as relações do "Senhor Valery"


Plano Nacional de LeituraLivro recomendado no programa de português do 6º ano de escolaridade, destinado a leitura orientada na sala de aula - Grau de Dificuldade II.

Gonçalo M. Tavares (n. 1970) é um novo escritor que em pouco tempo se estreou com quatro livros (poesia, literatura infanto-juvenil e teatro) de grande qualidade e que já lhe valeram dois prémios. Um desses prémios (Branquinho da Fonseca "Expresso/Gulbenkian, na modalidade de Literatura para a Infância) foi, precisamente, atribuído a este " O Senhor Valery". Que não é, diga-se, propriamente um livro infantil, mas um livro de que os adultos gostarão certamente (e as crianças também e até por isso mesmo. Conta-se que Oscar Wilde, um dia em passeio por uma Feira de Livro com um sobrinho, lhe quis comprar um livro para lhe oferecer. A criança retorquiu dizendo que estava bem, desde que não fosse um livro infantil). E quem é este senhor Valery ? Um homem de estatura baixa (por isso dava muitos saltos, para, por vezes, "ser igual às pessoas altas"), solitário, com um humor fino, que adora pensar de uma forma lógica, tão lógica, que por vezes roça a estupidez. O livro tem desenhos de Rachel Caiano.

"Lemos o livro com o prazer de estarmos a acompanhar um discurso extremamente inteligente sobre uma criatura cujo universo mental assenta na mais acabada tolice. Lemo-lo com um sorriso nos lábios que, por vezes, se abre numa gargalhada.
" (...) o texto é um estimulante exercício de inteligência. Os adultos não desdenharão lê-lo e as nossas crianças poderão aceder a alguns dos seus sentidos profundos, aqui e ali com a ajuda de um pai ou um professor. Retirarão assim o devido prazer das pequenas desventuras e raciocínios deste impagável Senhor Valery."
José António Gomes, Expresso, Cartaz

" Uma pequena pérola. O Senhor Valery é um descendente do "Monsieur Teste", de Paul Valery, de "Un Certain Plume", de Henri Michaux, e do senhor Këuner, de Brecht. Trata-se de um homenzinho curioso e distraído, irónico e tímido, desajeitado e brilhante, patético e profundo, um homem pequeno que deambula, solitário, pela cidade, com passo curto, de chapéu de coco na cabeça. É uma criatura que problematiza tudo, que de tudo faz silogismos, enigmas, paradoxos."
Pedro Mexia, DNA
O Senhor Valéry de Gonçalo M. Tavares

Excerto
O Senhor valéry era pequenino, mas dava muitos saltos.
Ele explicava:
Sou igual às pessoas altas só que por menos tempo.


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