segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Oito dicas para ajudar o seu filho a concentrar-se



Semanário SOL    

Oito dicas para ajudar o seu filho a concentrar-se
A incapacidade de manter a atenção pode prejudicar uma criança na escola e, consequentemente, pela vida fora. Uma situação que pode ser desesperante para os pais e para o professor, e que deve ser bem analisada.
Uma criança pode ser desatenta por vários motivos, desde ansiedade, depressão, mudanças repentinas na sua vida (como um divórcio), problemas de aprendizagem ou até mesmo por sofrer de Perturbação de Hiperactividade e Défice de Atenção (PHDA).
O psicólogo Jeffrey Bernstein deixa-lhe oito dicas para ajudar uma criança distraída:
1. Tenha consciência: Lembre-se que este tipo de criança muitas vezes se sente diferente das outras.
2. Evite gritar: Ao gritar só o confunde ainda mais, tornando-o mais propício à desconcentração.
3. Mantenha-se calmo, firme e não seja controlador: Esteja tranquilo, não crie expectativas inalcançáveis e tente não dar demasiadas ordens.
4. Seja proactivo e seja comunicativo com os professores: As crianças desatentas desistem rapidamente quando têm de enfrentar obstáculos. Mantenha-se envolvido na vida escolar do seu filho.
5. Incentive o seu filho: Ensine-o a desconstruir tarefas complexas noutras mais pequenas e viáveis. As crianças sentem-se mais motivadas ao conseguir pequenas vitórias e fugir a grandes falhanços.
6. Faça listas: Incentive o seu filho a fazer uma lista de tarefas. É estimulante para uma criança ‘riscar’ as tarefas já cumpridas.
7. Ajude, mas não faça por ele: Ajudar demasiado uma criança a concluir um problema difícil pode fazê-la sentir-se bem, mas não está a ajudá-la verdadeiramente.
8. Promova a auto-estima do seu filho: A maioria das crianças desatentas sente-se inferior aos outros. Demonstre ao seu filho não só que gosta dele, como acredita nele. 

Ligados mas sós - Sherry Turkle


RDP INTERNACIONAL - ESPECIAIS

RDP INTERNACIONAL - ESPECIAIS

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Leituras só para Jovens Adultos?

«Será que se pode ser demasiado velho para ler romances para “Jovens Adultos”?» é a pergunta que John Green, autor de «A Culpa é das Estrelas», coloca e responde num ensaio escrito para a revista Cosmopolitan. Green considera que os adultos não deixam de procurar respostas para perguntas fundamentais a partir do momento em que começam a trabalhar e a constituir as suas famílias. Existirá também contido neste tipo de romances um certo positivismo e uma esperança juvenil de um mundo ainda cheio de segredos por revelar. O autor sente que os temas, até os mais difíceis, são abordados de uma maneira direta e franca que agradará aos leitores adultos.
As respostas possíveis são muitas e variadas, e só cada leitor poderá definir por si exatamente o que retira deste género de literatura, com protagonistas adolescentes em processo de descoberta da realidade.
O artigo de John Green pode ser lido aqui.

FONTE: Revista Fábulas
revista online de Literatura Infantil e Juvenil

domingo, 30 de novembro de 2014

Recordando - Grandes Portugueses - Fernando Pessoa


Competências informáticas e informação no mundo digital


O Prazer dos Livros


If You Love to Read


Um desafio!


A não perder- Nuno Matos Valente apresenta o seu novo livro

Dia 3 de dezembro no auditório da escola, Nuno Matos Valente apresenta O Tesouro do Califa.
Uma aventura no Mosteiro de Alcobaça que nos leva a viajar pela História.
O Tesouro do Califa é o segundo volume da coleção iniciada com o título “A Ordem do Poço do Inferno”. A ação de todos os livros da coleção decorre em Alcobaça, no Mosteiro, nos túneis e nos rios da cidade.
No primeiro livro, graças às aventuras do Leo, da Xana, do Ulisses e do João, descobrimos que o D. Afonso Henriques trouxe para Alcobaça um valioso tesouro, resgatado ao Califa de Santarém na altura da batalha pela conquista de Santarém aos mouros. Ficámos também a saber que esse tesouro tinha poderes extraordinários, e que o D. Afonso Henriques ordenou ao D. Fuas Roupinho que o escondesse com a própria vida aqui, no Castelo de Alcobaça.
O D. Fuas, com medo de ficar sem o tesouro, mandou cavar um buraco muito fundo, onde o pudesse enterrar. Acontece que o buraco foi tão fundo, que descobriram petróleo! No século XII! E foi por isso que o D. Afonso Henriques mandou construir o Mosteiro de Alcobaça: para tapar o poço de petróleo que, na altura, julgavam que era a entrada para o Inferno: O Poço do Inferno.
Neste segundo livro, vamos finalmente descobrir que poderes tão extraordinários são esses que o Tesouro do Califa contém! Vamos perceber qual é a relação do Tesouro do Califa e de Alcobaça com o Terramoto de 1755, ou com a Batalha de Aljubarrota. No entanto, este não será o final da história: haverá um terceiro e último livro da coleção, chamado A Floresta de Metal, com edição prevista para 2015.

O Natal na nossa Biblioteca é com livros! Boas leituras!

 


Divergente, na Biblioteca as aventuras mais recentes


quinta-feira, 27 de novembro de 2014

O que vale a Biblioteca Escolar ?

O que vale a Biblioteca Escolar ? 

10 Coisas que todos deviam saber sobre as bibliotecas escolares das escolas em Portugal 

1 - Não são uma Biblioteca. São um refúgio, um lugar de sonho, um lugar onde se treinam competências como o "saber estar". São Centro de Recursos Educativos e o centro nevrálgico da Escola do século vinte e um.
2 - Fervilham de atividades. Nem sempre são reconhecidas, mesmo pelas pessoas que trabalham nas Escolas. É um erro humano. Diz-se que santos da casa não fazem milagres...mas as Bibliotecas das Escolas em Portugal têm verdadeiros milagreiros.
3 - Transformam-se em auditórios improvisados, porque o espaço nem sempre é o ideal. É a prova de que nas Escolas se ultrapassam dificuldades, porque as telas por vezes são velhas, a Assistente Operacional que ajuda, está sobrecarregada de trabalho, as cadeiras são pesadas e a verba não existe.
4 - Recebem Pais para chá e bolos, ou mesmo para simples palestras. Não com a frequência ideal, mas, lá está, nem sempre há verba, nem sempre há meios, e nem sempre há abundancia de Pais verdadeiramente disponíveis.
5 - São incompreendidas, porque é fácil confundir as suas funções. Por vezes, confundimos trabalho com castigo, investimento com gastar dinheiro, atividades com perda de tempo.
6 - São responsáveis pela Promoção da Leitura. Entre outros objetivos . E a leitura é fundamental. Querem alunos capazes de pensar, de refletir, de criar o seu futuro e de enfrentarem as dificuldades que o mundo lhes está a apresentar.
7- Não são locais de desistência. Quando um Autor se atrasa, quando um Escritor convidado não encanta, quando uma atividade não corre como se pretendia, voltam a tentar, porque os alunos são mais importantes.
8 -São locais que navegam contra ventos e marés. Por vezes há Pais que não querem colaborar, alunos que fazem algum barulho, mochilas que não são colocadas no local correto, mas, mesmo assim, insistem.
9 - Literacia. Informação. Sim. Muito importante. Mas preferimos destacar que são locais de calor humano. De trabalho de equipa. De trabalhos de grupo. De cartazes. De desafios mensais. De colaborações.
10 - Dez. De zero a dez é a nota que lhes damos. Sabem que não é só "com a prata da casa" que se atinge a excelência, que a abertura é sinal de dinamismo, que os horizontes dos alunos são para alargar, sabem que as estratégias são para diversificar.Talvez por isso gostem tanto de receber as atividades dos Contos com Reflexão.  Mundo Brilhante - Facebook

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Quem disse que as bibliotecas não têm vida?


Ingredientes de um bom livro

O JARDIM ASSOMBRADO: O QUE TEM UM BOM LIVRO PARA CRIANÇAS?: - Tem uma boa ideia e um conceito global forte. - Tem uma linguagem verbal cuidada, estimulante e adequada ao destinatário infantil, ...

IRMÃO LOBO NO WHITE RAVENS 2014 - Uma leitura recomendada

O JARDIM ASSOMBRADO: IRMÃO LOBO NO WHITE RAVENS 2014: Quase a sair de Lisboa para o seminário e workshop em Torres Novas, chega esta notícia maravilhosa: Irmão Lobo , o meu livro e do António...

Quando tudo arde
Irmão Lobo
Texto: Carla Maia de Almeida
Ilustração: António Jorge Gonçalves
Edição: Planeta Tangerina
124 págs., 14€


“Depois daquele Verão em que tudo começou a arder, nunca mais aparecemos os cinco nas fotografias. Foi o Verão da Grande Travessia no Deserto da Morte. Ou, simplesmente, o Verão da Grande Travessia. Lembro-me como se fosse hoje.” Por esta breve descrição, percebe-se que estamos perante uma história não inteiramente feliz, como as histórias da maior parte de nós.
É um livro integrado numa coleção para leitores jovens, mas qualquer adulto entrará nele como se este se lhe dirigisse. E não vai conseguir sair. Só quando for obrigado a virar a última página.
Uma família deste tempo está a desagregar-se por motivos banais (menos dinheiro, menos amor), mas não por isso menos dolorosos. Ficamos a conhecê-la pela voz de uma adolescente, que chama Fóssil ao irmão e tem alcunhas para toda a gente que anda por perto.
As mudanças, as dúvidas, os medos, as angústias próprias do crescimento são aqui tratadas de forma delicada e comovente por uma autora a revelar cada vez mais talento. E vem o fogo e vem a morte. A esperança também. Tudo isto emoldurado pelas belíssimas ilustrações de António Jorge Gonçalves, que usa diferentes cores para diferentes tempos. Irmão Lobo é um livro muito diferente dos ditos “juvenis” e foi nomeado para o Prémio de Melhor Livro Infanto-Juvenil da Sociedade Portuguesa de Autores relativo ao ano passado.


segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Um mês de festa!


O baloiço

Margarida Fonseca Santos: Fragmentos - O baloiço: O baloiço ficara rachado ao meio, depois do temporal. Justina pensava no que diriam os outros ao vê-lo assim. Transformado em dois pedaços ...

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Desta Vez

Margarida Fonseca Santos: Desta Vez: Olhou-se de relance no espelho, para confirmar a ansiedade e o cabelo em desalinho. Não adiantava tentar domá-lo com os dedos. Sempre fora ...

Guardar na tela

Margarida Fonseca Santos: Guardar na tela: O balcão foi limpo mais uma vez pelas mãos de Jacinta. O pai, atento, estranhou os movimentos desnecessários e a falta de atenção aos clien...

sexta-feira, 18 de julho de 2014

terça-feira, 1 de julho de 2014

Evernote Overview

movenote tutorial es

EasyBib Add-On for Google Docs

Evocação do Centenário da Grande Guerra 14-18




A 28 de junho de 1914, o herdeiro do trono do império austro-húngaro, Francisco Ferdinando, foi assassinado em Sarajevo por um nacionalista sérvio. Foi a gota de água que fez a Alemanha declarar guerra à Rússia, a 1 de agosto de 2014, e precipitou a Primeira Guerra Mundial (1914-1918).  As comemorações do centenário estão aí, em força, em vários países. (fonte  RBEblog)

segunda-feira, 30 de junho de 2014

'Crónicas do Mal de Amor'

'Crónicas do Mal de Amor', de Elena Ferrante - TSF

'Dois Hotéis em Lisboa'

'Dois Hotéis em Lisboa', de David Leavitt - TSF

'Espécie de Amor'

'Espécie de Amor', de Pedro Paixão - TSF

De zero a dez - falar da dor crónica- Margarida Fonseca Santos


O caracol que voava quando a Hana corava, de Joan...


O Namorado Novo da Mãe, de Anke Wagner e Heike H...


Ler Mais, Ler Melhor


Ler Mais, Ler Melhor


Poema em Linha Reta


"A criança que fui"


segunda-feira, 23 de junho de 2014

'A Morte sem Mestre', de Herberto Helder

'A Morte sem Mestre', de Herberto Helder - TSF

'Colecionador de Mundos', de Ilija Trojanow

'Colecionador de Mundos', de Ilija Trojanow - TSF

'A Nave dos Loucos', de Katherine Anne Porter

'A Nave dos Loucos', de Katherine Anne Porter - TSF

A Culpa é das Estrelas - recomendamos para as férias


A Culpa é das Estrelas
        
 
Apesar do milagre da medicina que fez diminuir o tumor que a atacara há alguns anos, Hazel nunca tinha conhecido outra situação que não a de doente terminal, sendo o capítulo final da sua vida parte integrante do seu diagnóstico. Mas com a chegada repentina ao Grupo de Apoio dos Miúdos com Cancro de uma atraente reviravolta de seu nome Augustus Waters, a história de Hazel vê-se agora prestes a ser completamente rescrita. PERSPICAZ, ARROJADO, IRREVERENTE E CRU, A Culpa é das Estrelas é a obra mais ambiciosa e comovente que o premiado autor John Green nos apresentou até hoje, explorando de maneira brilhante a aventura divertida, empolgante e trágica que é estar-se vivo e apaixonado.

Voltamos a propor: A Culpa é das Estrelas


quinta-feira, 19 de junho de 2014

Direitos e Deveres | Empréstimos de dinheiro


Direitos e Deveres | Correspondência


Direitos e Deveres | Trabalhadores e greve


Direitos e Deveres | Jornalistas


Direitos e Deveres | Contrato de cláusulas


Direitos e Deveres | Deserdar


quarta-feira, 11 de junho de 2014

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Divergente

Uma saga para te deliciares - Divergente

Na Chicago distópica de Beatrice Prior, a sociedade está dividida em cinco fações, cada uma delas destinada a cultivar uma virtude específica: Cândidos (a sinceridade), Abnegados (o altruísmo), Intrépidos (a coragem), Cordiais (a amizade) e Eruditos (a inteligência). Numa cerimónia anual, todos os jovens de 16 anos devem decidir a fação a que irão pertencer para o resto das suas vidas. Para Beatrice, a escolha é entre ficar com a sua família... e ser quem realmente é. A sua decisão irá surpreender todos, inclusive a própria jovem.

Durante o competitivo processo de iniciação que se segue, Beatrice decide mudar o nome para Tris e procura descobrir quem são os seus verdadeiros amigos, ao mesmo tempo que se enamora por um rapaz misterioso, que umas vezes a fascina e outras a enfurece. No entanto, Tris também tem um segredo, que nunca contou a ninguém porque poderia colocar a sua vida em perigo. Quando descobre um conflito que ameaça devastar a aparentemente perfeita sociedade em que vive, percebe que o seu segredo pode ser a chave para salvar aqueles que ama... ou acabar por destruí-la.

Veronica Roth foi considerada a melhor autora pelo GoodReads Choice Awards em 2012. Divergente foi eleito o melhor livro de 2011 e Insurgente o melhor livro de fantasia para jovens-adultos em 2012, pela mesma entidade, a única cujas distinções são atribuídas exclusivamente pelos leitores. Publishers WeeklyCríticas de imprensa
"Maravilhoso, perigoso e enérgico, com uma história de amor a que não consegui resistir!"
Becca Fitzpatrick, autora da saga hush, hush


"Não vai conseguir dormir ao ler este livro, um romance que é uma autêntica montanha-russa."
BookPage


"Uma viagem memorável e imprevisível que é impossível ignorar."
Publishers Weekly
 fonte: WOOK

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Fisica no dia-a-dia, de Rómulo de Carvalho

Fisica no dia-a-dia, de Rómulo de Carvalho - TSF

Livre Pensamento - Carlos Fiolhais

Livre Pensamento (I)

«Há palavras que nos beijam»

«Há palavras que nos beijam» - TSF


A jornalista Rita Costa  lê de Alexandre O'Neill,  o poema «Há palavras que nos beijam».

Como se tivessem boca, Palavras de amor, de esperança, De imenso amor, de esperança louca.

Palavras nuas que beijas/Quando a noite perde o rosto, Palavras que se recusam Aos muros do teu desgosto.

De repente coloridas Entre palavras sem cor, Esperadas, inesperadas/Como a poesia ou o amor.

(O nome de quem se ama/Letra a letra revelado/No mármore distraído, No papel abandonado)

Palavras que nos transportam Aonde a noite é mais forte, Ao silêncio dos amantes/Abraçados contra a morte

domingo, 25 de maio de 2014

«Canto Nono»

«Canto Nono» - TSF


De «O Mel», de Tonino Guerra, o jornalista Fernando Alves lê o poema «Canto Nono».

Terá chovido durante cem dias e a água infiltrada/pelas raízes das ervas/chegou à biblioteca banhando as palavras santas/guardadas no convento.

Quando tornou o bom tempo, Sajat-Novà o frade mais jovem/levou os livros todos por uma escada até ao telhado/e abriu-os ao sol para que o ar quente/enxugasse o papel molhado.

Um mês de boa estação passou/e o frade de joelhos no claustro/esperava dos livros um sinal de vida. Uma manhã finalmente as páginas começaram/a ondular ligeiras no sopro do vento/parecia que tinha chegado um enxame aos telhados/e ele chorava porque os livros falavam.

sábado, 24 de maio de 2014

«Pastelaria»

«Pastelaria» - TSF

 oOjornalista Hugo Neutel lê o poema «Pastelaria», de Mário Cesariny.

Afinal o que importa não é a literatura/nem a crítica de arte nem a câmara escura/Afinal o que importa não é bem o negócio/nem o ter dinheiro ao lado de ter horas de ócio/Afinal o que importa não é ser novo e galante - ele há tanta maneira de compor uma estante!

Afinal o que importa é não ter medo: fechar os olhos frente ao precipício/e cair verticalmente no vício/Não é verdade rapaz? E amanhã há bola/antes de haver cinema madame blanche e parola

Que afinal o que importa não é haver gente com fome/porque assim como assim ainda há muita gente que come

Que afinal o que importa é não ter medo/de chamar o gerente e dizer muito alto ao pé de muita gente: Gerente! Este leite está azedo!

Que afinal o que importa é por ao alto a gola do peludo/à saída da pastelaria e, lá fora - ah, lá fora! - rir de tudo

No riso admirável de quem sabe e gosta/ter lavados e muitos dentes brancos à mostra.

sexta-feira, 23 de maio de 2014

«Sísifo»

«Sísifo» - TSF



Da obra «Diário XIII», de Miguel Torga, a jornalista Bárbara Baldaia lê o poema «Sísifo»

Recomeça... Se puderes, Sem angústia e sem pressa. E os passos que deres, Nesse caminho duro/Do futuro,/Dá-os em liberdade. Enquanto não alcances/Não descanses. De nenhum fruto queiras só metade.

E, nunca saciado, Vai colhendo/Ilusões sucessivas no pomar/E vendo/Acordado, O logro da aventura. És homem, não te esqueças! Só é tua a loucura/Onde, com lucidez, te reconheças.

«Tríptico»

«Tríptico» - TSF

O jornalista José Carlos Barreto lê «Tríptico», um poema de Herberto Helder.

Não sei como dizer-te que minha voz te procura/e a atenção começa a florir, quando sucede a noite/esplêndida e vasta. Não sei o que dizer, quando longamente teus pulsos/se enchem de um brilho precioso/e estremeces como um pensamento chegado. Quando, iniciado o campo, o centeio imaturo ondula tocado/pelo pressentir de um tempo distante, e na terra crescida os homens entoam a vindima - eu não sei como dizer-te que cem ideias, dentro de mim, te procuram. Quando as folhas da melancolia arrefecem com astros/ao lado do espaço/e o coração é uma semente inventada/em seu escuro fundo e em seu turbilhão de um dia, tu arrebatas os caminhos da minha solidão/como se toda a casa ardesse pousada na noite.

- E então não sei o que dizer/junto à taça de pedra do teu tão jovem silêncio. Quando as crianças acordam nas luas espantadas/que às vezes se despenham no meio do tempo - não sei como dizer-te que a pureza, dentro de mim, te procura. Durante a primavera inteira aprendo/os trevos, a água sobrenatural, o leve e abstracto/correr do espaço -

e penso que vou dizer algo cheio de razão, mas quando a sombra cai da curva sôfrega/dos meus lábios, sinto que me faltam/um girassol, uma pedra, uma ave - qualquer/coisa extraordinária. Porque não sei dizer-te sem milagres/que dentro de mim é o sol, o fruto, a criança, a água, o deus, o leite, a mãe, o amor, que te procuram.



quinta-feira, 22 de maio de 2014

Conta-Me História - Transferência da Corte para o Brasil


Conta-me História - Terramoto de 1755


Conta-me História - Descobrimento do Brasil


Conta-me História - Restauração da independência


Conta-me História - Regeneração


Conta-me História - Implantação da República


Conta-me História - Fundação de Portugal


Minha cabeça estremece - Herberto Hélder // Rodrigo Leão


«O Poema Original»

«O Poema Original» - TSF

 Ana Bravo, retirou da prateleira o livro «Resumo», de José Carlos Ary dos Santos, e disse «O Poema Original».

Original é o poeta/que se origina a si mesmo/que numa sílaba é seta/noutra pasmo ou cataclismo/o que se atira ao poema/como se fosse ao abismo/e faz um filho às palavras/na cama do romantismo.
Original é o poeta/capaz de escrever em sismo.
Original é o poeta/de origem clara e comum/que sendo de toda a parte/não é de lugar algum.
O que gera a própria arte/na força de ser só um/por todos a quem a sorte/faz devorar em jejum.
Original é o poeta/que de todos for só um.
Original é o poeta/expulso do paraíso/por saber compreender/o que é o choro e o riso; aquele que desce à rua/bebe copos quebra nozes/e ferra em quem tem juízo/versos brancos e ferozes.
Original é o poeta/que é gato de sete vozes.
Original é o poeta/que chega ao despudor/de escrever todos os dias/como se fizesse amor.
Esse que despe a poesia/como se fosse mulher/e nela emprenha a alegria/de ser um homem qualquer.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

«Fala do velho do Restelo ao astronauta»

«Fala do velho do Restelo ao astronauta» - TSF


A jornalista Clara Osório folheou o livro «Os poemas possíveis», de José Saramago, e escolheu o poema «Fala do velho do Restelo ao astronauta» do Prémio Nobel da Literatura,

Aqui, na Terra, a fome continua, A miséria, o luto, e outra vez a fome.

Acendemos cigarros em fogos de napalme/E dizemos amor sem saber o que seja. Mas fizemos de ti a prova da riqueza, E também da pobreza, e da fome outra vez. E pusemos em ti sei lá bem que desejo/De mais alto que nós, e melhor e mais puro.

No jornal, de olhos tensos, soletramos/As vertigens do espaço e maravilhas: Oceanos salgados que circundam/Ilhas mortas de sede, onde não chove.

Mas o mundo, astronauta, é boa mesa/Onde come, brincando, só a fome, Só a fome, astronauta, só a fome, E são brinquedos as bombas de napalme.

terça-feira, 20 de maio de 2014

«Identidade»

«Identidade» - TSF


Em "Raiz de Orvalho e Outros Poemas", Mia Couto escreveu «Identidade», poema  lido pela jornalista Gabriela Batista.

Preciso ser um outro/para ser eu mesmo

Sou grão de rocha/Sou o vento que a desgasta

Sou pólen sem insecto

Sou areia sustentando/o sexo das árvores

Existo onde me desconheço/aguardando pelo meu passado/ansiando a esperança do futuro

No mundo que combato morro/no mundo por que luto nasço

segunda-feira, 19 de maio de 2014

«Saudade»

«Saudade» - TSF


A escolha de Miguel  passou pelo poeta Gilberto Vasconcelos.

Eu tenho dentro de mim, tenho dentro do peito, uma saudade, que enfim, me esquece o que tens feito.

Eu tenho dentro de mim, tenho cá dentro em verdade, aquela saudade, enfim, do que me deste em saudade.

Esta saudade, saudade, esta saudade sem fim/como eu a tenho em verdade/bem dentro, dentro de mim,

é talvez, só a verdade/que deva sair de mim/em bem estranha saudade.

domingo, 18 de maio de 2014

«Esta Gente»

«Esta Gente» - TSF


Publicado no livro "Geografia", o poema «Esta Gente», de Sophia de Mello Breyner Andresen, foi o escolhido pela jornalista Ana Lemos

Esta gente cujo rosto/Às vezes luminoso/E outras vezes tosco

Ora me lembra escravos/Ora me lembra reis

Faz renascer meu gosto/De luta e de combate/Contra o abutre e a cobra/O porco e o milhafre

Pois a gente que tem/O rosto desenhado/Por paciência e fome/É a gente em quem/Um país ocupado/Escreve o seu nome

E em frente desta gente/Ignorada e pisada/Como a pedra do chão/E mais do que a pedra/Humilhada e calcada

Meu canto se renova/E recomeço a busca/De um país liberto/De uma vida limpa/E de um tempo justo

sábado, 17 de maio de 2014

Nós os portugueses


«Velhos de Lisboa»

«Velhos de Lisboa» - TSF

Alexandre O"Neill, «Velhos de Lisboa».

Em suma: somos os velhos, cheios de cuspo e conselhos, velhos que ninguém atura/a não ser a literatura/E outros velhos. (os novos/ afirmam-se por maus modos com os velhos). Senectude/é tempo não é virtude... Decorativos? Talvez... Mas por dentro "era uma/Vez..." Velhas atrozes, saídas/de túgurios impossíveis, disparam, raivoso, o dente/contra tudo e toda a gente. Velhinhas de gargantilha/visitam o neto, a filha, e levam bombons de creme ou palitos "de la reine". A ler p"lo sistema Braille/Ó meus senhores escutai! um velho tira dos dedos/profecias e enredos. Outros mijam, fazem esgares, têm poses e vagares/bem merecidos. Nos jardins, descansam, depois, os rins.

Aquele outros (os coitados!)/imaginam-se poupados/pelo tempo, e às escondidas/partem p"ra novas sortidas... Muito digno, o reformado/perora, e é respeitado/na leitaria: "A mulher/é em casa que se quer!" Velhotes com mais olhinhos/que tu, fazem recadinhos, pedem tabaco ao primeiro/e mostram pouco dinheiro... E os que juntam capicuas/e fotos de mulheres nuas? E os tontinhos, os gaiteiros, que usam cravo e põem/cheiros?/(velhos a arrastar a asa/pago bem e vou a casa)/E a velha que se desleixa/e morre sem uma queixa? E os que armam aos pardais/Nessas hortas e quintais?/(Quem acerta co"os botões/deste velho? Venha a cidade/ajudá-lo a abotoar/que não faz nada de mais!)/

Velhos, ó meus queridos/velhos, saltem-me para os joelhos: vamos brincar?
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