sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Pina (2011)



O que me interessa não é como as pessoas se movem, mas sim o que as move.

Pina Bausch

A história de Pina é apresentada como uma herança artística. Não são necessárias dezenas de fotos de infância, linhas do tempo, conversas com familiares ou narrativa linear. A cada apresentação e a cada impressão da artista que os dançarinos tecem, uma nova peça do quebra-cabeça se encaixa. No fim, temos um retrato metalinguístico e sensorial que pode parecer estranho, mas que se apreciado com atenção, traz um grande número de reflexões sobre nós, como indivíduos, além de um encanto quase infantil sobre a artista, a dança e a relação entre os corpos.
A aura criada por Wim Wenders no filme é psicológica e inquisitiva, atinge cada espectador com significados diversos, mesmo que nenhuma dança precise ser dotada de significado. A montagem de atrações funde maravilhosamente os espaços desconexos e a edição e mistura de som trabalham constantemente seu impacto e função dramáticas, de modo que o filme consegue ser leve e dar uma impressão quase nula do tempo percorrido. Mesmo para os que são totalmente alheios ao mundo da dança, Pina apresenta-se como uma experiência sensorial tão agradável que é quase impossível não acompanhar alguns números e terminar o filme sentindo-se leve, ou como se pudesse explodir de sentimentos a qualquer instante.
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