sexta-feira, 16 de maio de 2014

«Campo de Concentração»

«Campo de Concentração» - TSF


As palavras de António Gedeão, no poema «Campo de Concentração»  pela jornalista Ana Sofia Calaça.

Teus olhos, aves que poisas/sobre as amarguras do mundo, e que bebem até ao fundo das coisas/como se as coisas não tivessem fundo:

Teus olhos, de asas abertas,povoaram de voos/o claustro do meu rosto/e interrogaram as sombras, as sombras sempre despertas/deste sonho pressuposto.

Vai-te. Não interrogues nada, que eu não sei dizer-te nada. Isto, isso e aquilo, não é isso, nem aquilo, nem isto. Não é nada. Ou talvez não seja nada. Ou talvez seja só isto: Um pavor de madrugada, um mal que se chama existe.
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