Um dia,
gastos, voltaremos/A viver livres como os animais/E mesmo tão cansados
floriremos/Irmãos vivos do mar e dos pinhais.
O vento
levará os mil cansaços/Dos gestos agitados irreais/E há-de voltar aos nosso
membros lassos/A leve rapidez dos animais.
Só então
poderemos caminhar/Através do mistério que se embala/No verde dos pinhais na
voz do mar/E em nós germinará a sua fala.